A gigante norte-americana, que comprou a Sky/Direct TV, tem estudado o mercado brasileiro, enquanto aguarda a decisão da agência reguladora norte-americana sobre a operação,
A CEO da AT&T, Randall Stephenson, está sendo aguardado para uma reunião com o governo brasileiro na próxima semana, confirmaram fontes do governo ao Tele.Síntese. A vinda do principal executivo ao Brasil, noticiada ontem pelo portal Teletime, gera uma grande expectativa para o mercado de telecom brasileiro. E tem mais um ingrediente o fato de o dirigente da operadora expressar o interesse em se reunir também com o homem forte da economia brasileira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Foi a própria empresa norte-americana que pediu para, na reunião com a presidente Dilma Rousseff, estar presente também o ministro da Fazenda, além do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.
Há muita especulação sobre o tamanho do interesse desta empresa em nosso mercado. Isto porque, depois que adquiriu a operadora de TV via satélite (com vistas também ao mercado latino-americano), saiu do grupo América Móvil (onde tinha 6% de participação) muito rapidamente, para evitar qualquer problema concorrencial no mercado brasileiro, e foi à compra no México. Lá, já adquiriu a terceira e quarta operadoras de celular (a Iusacell e a Nextel).
Embora a AT&T não tenha feito qualquer mudança organizacional na Sky/Direct TV brasileira, e a avaliação dos analisas é que ela só iria se mexer com maior liberdade após a decisão sobre a operação pela FCC norte-americana, a empresa tem sinalizado para alguns dirigentes brasileiros que seu interesse aqui pode ir além da operação de TV paga.
Uma aliança entre a norte-americana e a Oi é uma das alternativas que não está descartada pelo principal executivo da concessionária brasileira, Bayard Gontijo.
Telefónica
A aquisição ou fusão com uma concessionária brasileira do porte da Oi não é uma tarefa trivial, nem do ponto de vista econômico, nem regulatório, nem legal. E muito menos concorrencial.
Os três outros grupos que já investiram muito no país – os grupos espanhol, o mexicano e o italiano – não assistem de camarote este possível movimento do ingresso de mais um forte competidor.
Tanto que o presidente do grupo Telefónica, Cesar Alierta, reuniu-se com Dilma e Berzoini no mês passado, juntamente com Antonio Carlos Valente (atual presidente do conselho de administração), e, na mesa, o principal tema foi o Plano Nacional de Banda Larga que está sendo formatado e será anunciado em breve.
Não por acaso, este plano foi citado expressamente pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, como imune ao forte corte orçamentário promovido pelo governo.
Há quem avalie que no cardápio de qualquer grupo econômico que já atua no país ou quer entrar, está também o prato da revisão da concessão. O MiniCom continua a estudar o tema e traçou pelo menos quatro alternativas e cenários diferentes. Que vão do mais liberal – e de preferência das empresas – que é o fim do serviço púbico e dos bens reversíveis com metas de investimentos em banda larga; a alternativas de manutenção da concessão com mais flexibilidade. A pauta setorial é abrangente, mas pode ser atropelada pela pauta política-legislativa.
Postar um comentário
Deixe seu comentário