América Latina ainda é prioridade para programadores internacionais

Os mercados emergentes internacionais aparecem, para os programadores norte-americanos, como uma  oportunidade única de crescimento e expansão. Para Sean Cohan, presidente da divisão internacional da A+E, o que está sendo visto no resto do mundo é muito diferente do que se vê no mercado norte-americano. "É literalmente outro mundo.  É um universo onde acordamos com novos assinantes todos os dias, diferente dos EUA", diz ele. Entre os mercados destacados pelos programadores estão a América Latina, apesar de uma retração nas taxas de crescimento, e existe uma grande expectativa sobre o crescimento de mercados como a Indonésia.
Mas a expansão dos programadores em mercados internacionais está longe de ser tranquila. "Não é nada simples. Aliás, é muito mais espinhoso do que parece. Temos que lidar com níveis elevados de pirataria, desafios regulatórios adicionais e enfrentamos competidores locais muito fortes", diz Henrique Martinez, VP internacional da Discovery Networks.
Para Russell Wolff, VP executivo e responsável pelas operações da ESPN International, a disputa com players locais é uma constante. Ele citou especificamente o desafio de competir com um grupo como a Globo, que tem a simpatia dos assinantes, bons serviços e uma distribuição muito sólida. Para Wolff, se existe uma grande oportunidade de levar a penetração dos serviços de TV paga do patamar de 30% atuais para 96% como é nos EUA, existe também um desafio adicional. "Quando o mercado norte-americano deu esse salto, a única opção era a TV por assinatura. Agora, existem muitos outros competidores", disse.
O debate também apontou como uma tendência irreversível a ampliação dos conteúdos locais em todos os canais norte-americanos que tenham planos de fazer sucesso em outros países. "Não existe mais aquilo de um 'feed para a Ásia' que resolvia a nossa questão local. Índia e China são completamente diferentes. Temos que buscar conteúdos em cada um dos países e levar conteúdos estrangeiros que tenham apelo internacional", disse Jim Samples , responsável pelas operações internacionais da Scripps