A Tim lançou nesta terça, 16, a sua central de entretenimento Live Tim Blue Box. A caixa é oferecida aos assinantes da banda larga fixa Live Tim por uma assinatura adicional de R$ 9,90, e para não-assinantes – neste caso, somente para compra -, por R$ 599,00. Com isso, a operadora agrega à sua rede serviços de vídeo, sempre através de parcerias. A caixa conta com receptor de TV digital terrestre e aplicativo do YouTube. Além disso, conta com aplicativos do Netflix e da Self TV, serviço de TV por assinatura da TV Alphaville. Os aplicativos que precisam de assinatura estão disponíveis apenas à base da operadora.
"Muitas operadoras lançaram serviços de TV paga para complementar o seu pacote. Nós reconhecemos que em algumas áreas o ideal é trazer quem entende deste assunto. Entendemos que era melhor fazer parcerias com especialistas do que passar a negociar conteúdos", disse Rogério Takayanagi, CMO da Tim, no lançamento da caixa. Segundo o executivo, o lançamento foi um "primeiro passo que vai abrir oportunidade de desenvolver novos modelos de negócios, inclusive com outros parceiros". Para a operadora, fomentar o consumo de vídeos online é estratégico para desenvolver o negócio de dados. "Quanto mais as pessoas consumirem vídeo e TV, mais vão demandar uma Internet de qualidade", disse Takayanagi.
A operadora chegou a anunciar uma parceria com a Sky no passado para a venda conjunta dos serviços de TV DTH e banda larga. "Vimos que o dia a dia da operação era complicado demais. Na prática, ficou difícil de operacionalizar", afirma o executivo.
Conteúdo
Com aproximadamente 2 milhões de homes passed em São Paulo e no Rio de Janeiro, o serviço de banda larga ainda conta com uma base modesta, de 150 mil assinantes. E, claramente, há uma lacuna a ser preenchida em boa parte da base com o serviço de vídeo. Segundo Flávio Lang, executivo responsável pelas operações residenciais da TIM, quase metade da base da operadora (46%) não conta com serviços de TV paga. Com o novo produto, a operadora começa a preencher esta lacuna.
Segundo Lang, 49% do tráfego no Live Tim é de streaming de vídeos. "Os novos assinantes, no começo, usam muito a rede para fazer peer-to-peer. Dois meses depois, há uma mudança de comportamento, migrando para o streaming de vídeo. O usuário acaba substituindo a pirataria por serviços legítimos", diz.
No caso dos serviços pagos – Netflix e Self TV – a caixa é apenas um facilitador. A assinatura é feita diretamente com o parceiro.
Lang admite que falta na oferta um serviço de vídeo on-demand transacional, mas diz que já está negociando com um parceiro. "Acho que já temos o que é mais crítico, mas ainda vamos buscar outros parceiros e serviços", disse.
A ideia é atender também uma base que não pode arcar com os combos da maioria das operadoras. "Nossa estratégia atende aos novos hábitos de uso, muito mais compatível com a sócio-geografia brasileira. A renda familiar média está abaixo de R$ 1 mil. Quem está disposto a colocar mais de 25% de sua renda em um pacote de telecomunicação e televisão?", disse Takayanagi. "Estamos penetrando mais na base da pirâmide, justamente por não estar forçando o combo", complementou Lang. Segundo o executivo, é difícil entrar no mercado de TV por assinatura. "Não dá para ganhar dinheiro com TV em modo de ataque. Ou é de forma defensiva, para preservar sua base em outros serviços, ou você já tem escala muito grande", disse.
TV por assinatura
No caso da TV por assinatura especificamente, a oferta se dará através de três pacotes do novo produto da TV Alphaville, que custam entre R$ 29,90 e R$ 89,90. Segundo Cristina Budeu, CEO da TV Alphaville, o produto é sem fidelidade. "Pode trocar o pacote mês a mês. Tenho certeza que o nosso pacote de entrada é o de menor preço do mercado", disse.
A assinatura e toda a sua gestão por parte do assinante se dará online e a cobrança, feita pela prestadora do serviço de vídeo, e não pela Tim, será por cartão de crédito. A Self TV oferece um mês de degustação.
Os pacotes são enxutos, não contando com canais da Globosat e HBO. O serviço oferece, no entanto, já no pacote médio, os canais Esporte Interativo, contando, portanto, com o conteúdo da Champions League, um diferencial importante. Além disso, traz os canais infantis no pacote de entrada.
Segundo Cristina, a operadora continua negociando com a G2C pelos canais Globosat. "A questão tecnológica está superada, mas eles são mais cautelosos ao entrar em novas plataformas e serviços", disse. Com a HBO, no entanto, a dificuldade na negociação é na homologação tecnológica, que ainda deve levar algum tempo.
Segundo a executiva, a rede da Tim é a primeira homologada pela operadora para a oferta do serviço de TV. "Vamos estudar novas redes. Em alguns anos estaremos junto das grandes do Brasil. Seremos a quinta empresa de TV por assinatura em pouco tempo", disse.
Tecnologia
As caixas são baseadas em sistema operacional Linux, o que garante um custo mais baixo, por demandar menos processamento. Conta com entrada para antena (para a TV digital terrestre), uma porta ethernet e wifi. As saídas são HDMI, S-vídeo e áudio digital óptico.
A caixa também pode ser usada para reproduzir na TV o conteúdo do YouTube de um tablet ou celular.
O guia de programação integrado engloba todo o conteúdo linear – da TV aberta e por assinatura. Há ainda uma ferramenta de recomendação, que inclui as plataformas online YouTube e Netflix. Uma evolução da ferramenta permitirá, em breve, recomendações personalizadas por usuário.
A caixa não é rápida, sendo que o "zapping" consome cerca de 4 segundos entre os canais. Os aplicativos de TV paga e Netflix demoram um pouco para carregar.
As caixas podem ser compradas online pelos assinantes do serviço da TIM. Para não assinantes, podem ser compradas em algumas lojas da operadora.
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